Psico-Publicitária


No curso de publicidade e propaganda pelo qual me formei a matéria que mais se aproximada à psicologia era a tal psicodinâmica das cores. Sinceramente, pouca importância dava às psico coisas, até que fui me tornando uma publicitária.
Comecei atuando na criação, onde as coisas precisavam ir além do "eu gosto, eu não gosto", e os porquês disso.
Mas descobri meu verdadeiro dom quando meu ex chefe fez uma proposta irrecusável para começar no atendimento. Aceitei a proposta, contando que no período da noite eu pudesse continuar criando. Seria perfeito. Atendo, crio, apresento. E quando dá tempo, dirijo os comerciais que eu mesma criei. Seria um filho totalmente a cara do pai, no caso, da mãe. Com o tempo percebi que a vida de atendimento ia além de briefings e apresentações. E percebi que reservar meia hora para uma reunião nunca é o suficiente. Afinal, você não sabe a quantidade de problemas aquele cliente tem naquele dia.
Mas o que me deixava realmente alérgica (ativado pelo sistema nervoso durantes nos momentos de tensão), era o fato de ouvir um problema, levar para a agência, e mal acompanhar no que aquilo deu, pois chegou uma hora que eu não podia fazer tudo.
Até que resolvi num dia de não muita sã consciência aceitar o convite de ser sócia de uma agência. Perfeito, afinal, poderia gerir melhor os meus clientes, indo até o fim do problema.
O que eu não esperava, é que nessa tentativa de resolver os problemas, os clientes foram se tornando pacientes. Vendeu muito, vendeu pouco, isso era tudo o que eu achava que precisava ouvir. Estou grávida, estou me separando, não tenho tempo para meus filhos, tenho um segredo para te contar, tudo isso veio no "combo".
E quanto mais tratava de resolver os problemas, maior o envolvimento. Tudo certo, se você sabe que tem o remédio para aquilo. No caso profissional, uma campanha adequada. No caso pessoal, ouvir ou dar uma palavra amiga de vez em quando.
O problema é que o problema envolve outras pessoas, pois o eu-gência não tem mais espaço quando profissionalizamos. Aí a psico-publicitária atua com outros pacientes, como uma terapia de grupo, tentando fazer todos se entenderem e viver felizes.
Aí que se percebe, que um profissional completo, precisa ter um pouco de psicologia, ou feeling na linguagem publicitária. Para ouvir, filtrar, direcionar.
Mais ou menos como acontece na vida, quando substituímos esses termos por amizade, cumplicidade, bondade ou caridade, para um bom cristão.

Comentários

Ediane Battistuz disse…
É, Re... tem que ter um pouco de "psicologia" mesmo. Ou feeling, como se diz. Mas acredita q mta, mta, mta gente não sabe disso? Ou, se sabe, acha q é bobeira. "Não tenho tempo pra essas frescuras". Acho que o problema de mtas pessoas é não levar a sério assuntos q merecem isso e levar a sério outras tantas bobeiras que, afinal, são só supérfluos no dia-a-dia. Admiro vc, mocinha. Te adoro. Deus te abençoe. Bjos.

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