Um momento, vamos estar planejando




Criando, atendendo, produzindo, veiculando, idealizando.
Diante de tantos “andos”, como uma agência de comunicação consegue parar para “estar planejando”?!
Entenda-se o que muitos (até mesmo profissionais de comunicação e marketing) não entendem claramente. São os variáveis tipos de planejamento que envolvem uma campanha, uma ação ou uma marca. Planejamento estratégico, planejamento de marketing, planejamento de comunicação, planejamento criativo, plano de ações. E não tem como resumir, pronto, planejei. Sem etapas, sem entendimento claro de todo o contexto, alguém vai ser afetado. Geralmente, o cliente, a marca. Aquele ser que, inocentemente, pode acreditar que recebeu um trabalho com planejamento. Afinal, veio numa planilha com custos e datas. Perfeito! Mas, caros profissionais de comunicação, se não temos claro o posicionamento e outras variáveis do cliente, podemos até “estar planejando”, mas prevendo tão e somente que em maio é dia das mães e dezembro é Natal. Pronto, ações planejadas.
E o profissional de planejamento, ser que dá suas caras, mas não é totalmente compreendido, deve motivar isso na agência e no cliente. Deve entender que o planejamento só faz diferença se é aplicado no trabalho, senão, foi perda de tempo. Deve entender que o objetivo principal, é concorrer com o tempo tão escasso das pessoas, que não ligam a TV para ver comerciais. Por isso, é preciso pensar e entender pessoas, de forma a fazer diferença na vida delas, comprar o tempo das pessoas, não somente vender produtos. Afinal, ao contrário que muitos publicitários pensam, a vida é muito mais legal que ver anúncios. O público, não são mulheres classe BC 20 +. São pessoas, com todas as variáveis positivas e negativas que compõe o ser. O planejador deve motivar que as marcas digam menos e façam mais. Devem pegar uma verdade e ver se ela tem potencial, pois as pessoas não têm mais tempo para os “tinganeis”. O planejador deve motivar pesquisas, ler pesquisas, entender pesquisas, e entender principalmente que as pesquisas nem sempre mostram tudo. As pessoas nem sempre falam o que sentem, pois às vezes nem sabe o que sentem. O no trabalho, no dia a dia dos demais “andos” da agência, o planejador deve ser inspirador. Deve fazer todos apaixonarem-se pela causa, pela marca e pelo consumidor. E deve ter coragem para motivar a ousadia, a inovação. Como diz Newton Nagumo, planejador da WBrasil, “jogar seguro é ser paisagem”. E, convenhamos, para ser paisagem, uma marca não precisa de uma agência. As agências e clientes precisam entender o planejador como facilitador, explorar o potencial e feeling desse profissional. Ele, que deve ser dupla do atendimento, dupla da criação, dupla da mídia. O chamado pescoço, envolvido mesmo.
E apesar de tudo, deve ter a humildade de nem sempre ser reconhecido com o gerador das ideias. Uma referência de Sérgio Katz, planejamento da Fisher, exprime bem essa ideia: o planejador tem a função que o Dedé tinha nos Trapalhões. Precisa dar a oportunidade para a piada acontecer. A piada para os trapalhões, o insight para os publicitários.
Será que essa coisa toda é somente FNazca, Fisher, Santa Clara, Africa?
Estar planejando para grandes e pequenas marcas, grandes projetos, marcas potenciais, pequenas verbas. Mas somente e tão somente para grandes pensamentos. Enquanto criamos, atendemos, produzimos, estamos planejando também. E na i9.

Renata Santa Maria Nizer
Diretora de Atendimento e Planejamento da i9
texto feito para News - http://i9suaideia.com.br/i9.news)

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