Advogados do bem


Diariamente, preciso me tele transportar. Para o tempo de outra pessoa.
Fechar os olhos e imaginar, sentir como o outro sente, pensa.
Quer seja para fazer uma campanha, apresentar uma ideia, um discurso, enfim.
O que não dá é falar para mim mesma ou mesmo, dependendo do caso.

Hoje mesmo, um cliente pediu ajuda para fazer um discurso para um prêmio que ele receberia. Poucas informações. Enfim, nisso que poderia ser um trabalho de exposição de ideias ou até persuasão sobre quem é uma pessoa e seu trabalho, me fez refletir sobre o meu.

Durante muito tempo vivi num limbo ouvindo muita gente dizer que o papel do publicitário era quase ou tão grave quanto ao do advogado. Nada contra meus amigos advogados, mas o que está centrado aqui é a ideia quase que generalizada que se tem sobre determinadas profissões.

Estimular o consumismo, a desigualdade. Convencer pessoas que elas precisam de coisas que elas não precisam, enriquecer alguns bolsos, e ainda ganhar para isso. Confesso que já cheguei a acreditar nisso e quase mudei de profissão num período de conflitos internos. Que bom que passou.

Não, eu não passei para o lado inimigo da força. Mas no dia a dia do meu trabalho comecei a ver as coisas um pouco diferentes. Vi que são as pessoas que fazem as profissões e não o contrário. Não foi apenas fazendo trabalho voluntário através da minha profissão que eu enxerguei que havia um outro jeito. Apesar de que isso
ajudou, entre outras coisas, a resolver o conflito interno.

Mas a percepção das empresas, das pessoas que gerem essas empresas, do que as motiva. Percebi que por trás de muitas delas (talvez não a maioria, ainda), existem pessoas que, assim como eu, querem fazer algo de útil.
E se eu posso contribuir para elas ficarem maiores, desenvolveram mais projetos, envolver mais pessoas, gerar mais empregos, por que não? Se existem empresas que entram nessa e percebem que agora a onda é responsabilidade social e que, ao fazer, devem divulgar, por que não também? Algumas fazem pela causa, outras fazem pela conseqüência; mas, sinceramente, acho que está valendo. Também conheci muitas empresas que possuem projetos, ajudam instituições e não querem suas marcas atreladas, pois não é a causa. Mas se é preciso mostrar, e assim estimular outras e até mesmo as concorrentes a, de uma forma ou de outra, contribuir para a sociedade, bom também.

Posso ser otimista demais, mas acredito que enquanto eu ver pessoas que me fazem ver que não sou uma pensadora sozinha nesse caminho, eu continuo indo. E quer saber, se estiver sozinha, também, com uma missão um pouco maior.

Comentários

Unknown disse…
Há um engano comum ao pensar que não somos capazes de chegar ao ponto que estipulamos antes. Há também o engano em um pensamento negativo das pessoas que ouvem "loucuras" daqueles que sonham. Por isso, os que pensam além devem se juntar e voar, ir longe com pensamentos e ações. Ignorar os ignorantes e pessimistas. Essa é uma maneira de chegar lá. Assim, te digo que ao menos mais um pensa como você.

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